Ciranda das mulheres sábias

"SER JOVEM ENQUANTO VELHA,

VELHA ENQUANTO JOVEM."

 

 

Outro dia minha filha disse: "Mãe, você tem o maior orgulho de ser avó!". " Sim , eu respondi, porque agora faço parte da ciranda das mulheres sábias".

Clarissa Estés, uma psicóloga mexicana, uma mulher sábia (responsável pelo trabalho psicológico com as famílias sobreviventes ao 11 de setembro nos Estados Unidos), é uma grande estudiosa do feminino. Em seu livro a "A ciranda das mulheres sábias" trata do arquétipo da grand mère, a maior das mulheres, a grande madre, a mulher sábia, do qual a avó é uma representação simbólica. Os atributos do que é grande são principalmente, "ser sábia e ao mesmo tempo estar sempre à procura de novos conhecimentos; ser cheia de espontaneidade e confiável; ser loucamente criativa e obstinada; ser ousada e precavida; abrigar o tradicional e ser verdadeiramente original."

Mas falar da mulher sábia a partir da imagem profunda da grande avó, não significa que ser sábia tem haver com alguma idade cronológica, pois há mulheres que são sábias sem serem idosas, no entanto, podemos entender que seja mais comum que a mulher sábia habite o corpo de uma mulher idosa do que de uma jovem. Bem verdade, porém, que muitas mulheres idosas não desenvolvem os atributos da sabedoria.

"A grande perspicácia, a grande capacidade de premonição, a grande paz, expansividade, sensualidade, a grande criatividade, argúcia e coragem para o aprendizado, ou seja, ser sábia não chega de repente perfeitamente formada e se amolda como uma capa sobre os ombros de uma mulher de determinada idade".  Ser sábia é um processo em andamento, exige crescimento pessoal contínuo, vencer os aspectos limitantes de sua personalidade, tornar-se competente em seu jeito de ser, de viver, enxergar e ser.

Tornar-se sábia não é um caminho linear, não advém de uma vida sem problemas ou sem fracassos, ao contrário, atingir este estágio exige perspicácia, reconhecer quando se está errada e reajustar a rota, doses enormes de sacrifícios, recomeços e energia inesgotável. Principalmente a capacidade de nunca desistir. Pois que sua tarefa crucial é "simplesmente a seguinte, e nada além disto: viver a vida plenamente. Não pela metade. Não três quartos. Não um dia, abundância; no outro, penúria. Mas viver plenamente cada dia. Não de acordo com a capacidade do outro. Mas de acordo com a sua própria capacidade, predestinada, de livre-arbítrio, que dá a vida, não que entorpece a vida". 

Por um senso de curiosidade, e pelo prazer de ler uma escritora sábia, leia: A Ciranda das mulheres sábias, de Clarissa Pinkola Estés. Editora Rocco, 2007.